Criado para aliviar a perda de renda da população
afetada pela crise econômica gerada pela covid-19, o auxílio emergencial de R$
600 (R$ 1,2 mil para mães solteiras) poderá ser mantido após o fim da pandemia.
A afirmação é do secretário especial de Produtividade, Emprego e
Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, que participou hoje
(11) de transmissão ao vivo promovida pelo banco BTG Pactual.
Segundo Costa, o governo discute se o auxílio
emergencial e outras medidas de socorro deverão durar os três meses
inicialmente planejados ou se deverão ser desmontadas gradualmente, num
processo de transição para um novo modelo econômico. “Não podemos virar a chave
e desligar tudo de uma hora para outra”, disse, referindo-se à possibilidade de
manutenção do benefício no segundo semestre deste ano.
Na avaliação do secretário, o auxílio emergencial é
“extremamente liberal”, nos moldes do Imposto de Renda negativo, em que pessoas
abaixo de determinado nível de renda recebem pagamentos suplementares do
governo em vez de pagarem impostos.
Caso o benefício permaneça, Costa disse que o
governo terá de estudar uma forma de financiá-lo e de mantê-lo. Segundo ele, o
governo pode desmontar o auxílio emergencial gradualmente, conforme as medidas
de recuperação econômica ou as reformas estruturais prometidas pelo governo
antes de a pandemia entrar em vigor.
O secretário ressaltou que a equipe econômica não
estuda somente a continuidade do auxílio emergencial, mas de outras ações
tomadas pelo governo. “Talvez alguns programas tenham vindo para ficar”, disse.
Ele, no entanto, não detalhou quais programas poderiam permanecer além do
benefício de R$ 600.
Costa indicou que medidas de apoio e de desoneração
das empresas possam ser mantidas. Para ele, o “novo normal” da economia
brasileira será um cenário com “menos ônus” sobre os empregadores.
Financiamentos
Em relação ao programa de ajuda para microempresas,
o secretário disse que os financiamentos para o setor poderão ser destravados
com a sanção da lei que permite a utilização do Fundo de Garantia de Operações
(FGO), administrado pelo Banco do Brasil, para cobrir possíveis inadimplências
nos empréstimos.
Segundo Costa, o governo injetará R$ 15 bilhões no
FGO, aumentando o orçamento do fundo para até R$ 18 bilhões. Esse fundo cobrirá
até 85% da perda que eventualmente deixar de ser paga às instituições financeiras
que emprestarem às micro e pequenas empresas.
Sobre as médias empresas, o secretário disse que o
governo pretende lançar o novo Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) e
ampliar o escopo do fundo, que passará a cobrir o calote não só de investimentos,
mas de linhas de crédito de capital de giro. Segundo Costa, o governo pretende
aportar R$ 20 bilhões no fundo.
Fonte: AGÊNCIA BRASIL
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