A
comerciante Andreia Barreiro denunciou o Serviço de Atendimento Móvel Urgência
(Samu) em Imperatriz, a 626 km de São Luís, após o Samu ter negado o envio de
uma ambulância a uma idosa que tinha sofrido um acidente e estava ferida.
A comerciante afirma que ligou para o Samu e
informou o ocorrido, e durante a ligação um atendente, que não foi
identificado, a questionou sobre o grau de parentesco com a vítima. Diante da
revelação de que a idosa não possuía nenhuma ligação com a comerciante o
atendente perguntou se Andreia iria acompanhá-la até o hospital, caso o Samu
enviasse uma ambulância. Mas, após a comerciante informar que não poderia
porque estava sozinha em seu local de trabalho, o atendente decidiu negar o
socorro.
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Comerciante Andreia
Barreiro também registrou uma denúncia
contra o Samu no
Ministério Público — Foto: Reprodução/TVMirante
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"Eu estava
aqui e eu vi quando a senhora surgiu bem nessa grade e ela ficou andando. Aí eu
disse que ia fechar o portão e disse que ela não parecia está bem. Aí eu fui
até o portão e ela olhou para mim e disse ‘minha filha não me deixa morrer
aqui’. Aí eu disse ‘a senhora quer que eu chame o Samu?’ e ela disse que sim.
Ela deitou no chão e foi quando deu essa infeliz ligação”, relatou a
comerciante.
Depois da negativa do atendente do Samu, a
comerciante foi procurar ajuda na delegacia regional porque ela ficou revoltada
com os questionamentos do atendente e com a omissão de socorro. “Tanto por
falta de acompanhante como ele também citar que ela era moradora de rua. E o
que tem a ver? Quer dizer que morador de rua não precisa de socorro? É um ser
humano também. Eu acho isso muito errado”, desabafou.
O coordenador-geral do Samu em Imperatriz,
Alexsandro Freitas, reconhece a atitude errada do atendente e reforça o
protocolo correto nesses casos. Ele disse ainda que todos os funcionários
passaram por um treinamento no ano de 2018. “O servidor ele atendeu tudo normal
até quase no final da ligação onde ele comete o erro de decidir. O telefonista
não decide em nenhum momento, quem decide é o médico regulador. Outro ponto foi
a questão do acompanhante. O acompanhante não é impeditivo para o atendimento
de uma urgência ou emergência. O acompanhante pode ser solicitado pelo médico
regulador para saber se tem ou se não tem esse acompanhante para facilitar o
trânsito dentro dos hospitais, mas não é impeditivo do atendimento. De qualquer
forma em momento nenhum o telefonista deveria perguntar, exigir ou dizer que
não vai pela falta do acompanhante”, explicou. Alexsandro Freitas ressalta que
o atendente será afastado de suas funções até seja concluído o processo
administrativo sobre o caso. “Como se trata de um servidor público efetivo é
claro o seu estatuto. Esse servidor tem que ser aberto. Por se tratar de uma
falta grave será aberto um processo administrativo e ao final desse processo
administrativo ele pode sofrer penalidade de suspensão ou de exoneração. O
processo administrativo já foi aberto”, finalizou. A comerciante Andreia
Barreiro também registrou uma denúncia no Ministério Público do Maranhão
(MP-MA) e espera que essa situação não se repita para não custar vidas. Ela
disse que a idosa que estava com o pé ferido conseguiu uma carona para ir até o
hospital.
Fonte: G1- Maranhão
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